Como mudar a cara da saúde masculina
Novembro Azul ou Movember?
No Brasil, o Novembro Azul virou sinônimo de bigode fake, piadas infames e campanhas que mais afastam do que aproximam. Já o Movember — sua origem internacional — vai muito além do exame de toque. É uma mobilização global voltada à saúde mental dos homens, prevenção do suicídio, câncer de próstata e testicular.
O lema é claro: “Mude a cara da saúde masculina.” E isso não se faz com comerciais reforçando estereótipos de virilidade frágil, mas com informação, escuta e transformação de hábitos e crenças.
Homens estão morrendo cedo demais — e isso pode ser evitado
As estatísticas são brutais: homens vivem menos, adoecem mais e buscam menos ajuda.
Isso não é biologia.
É construção social.
É uma masculinidade baseada na negação da fragilidade e no orgulho de não sentir dor.
Mudar a cara da saúde masculina não é papo de nicho. É uma questão de sobrevivência.

10 passos para transformar a sua saúde (e sua vida)
1. Cuide da sua alimentação com consciência
Não se trata de virar nutricionista ou blogueiro fitness, mas de:
- Reduzir ultraprocessados;
- Diversificar com grãos, vegetais e frutas;
- Rever o consumo de carne e embutidos;
- Observar compulsões alimentares como possíveis respostas emocionais.
Comer não é só abastecer. É vínculo com a vida.
2. Encontre prazer no movimento
O corpo precisa de movimento — não de castigo.
- Escolha algo que te dê prazer: dança, trilha, lutas, bike, natação;
- Intercale esforço físico com diversão;
- Transforme o treino em ritual de conexão.
Não é sobre estética. É sobre vitalidade.
3. Cuide do seu peso sem neurose
Saúde não é sinônimo de magreza. Mas sobrepeso e obesidade são fatores de risco reais — inclusive para a sexualidade.
- Foque na saúde metabólica, não só na balança;
- Combine alimentação com movimento;
- Evite dietas radicais e busque apoio profissional.
Seu corpo não é inimigo. É seu aliado mais leal.
4. Faça seus exames de rotina (mesmo jovem)
Doenças não têm idade. E muitas agem em silêncio. O câncer de testículo é mais comum em homens jovens, geralmente ente 15 e 35 anos. Em conversam em diferente fóruns, é incrível a resistência de muitos homens em passar pelas cirurgias de fimose e postectomia. Não adie o que pode trazer problemas mais tarde.
- Consulte um urologista — isso não fere sua masculinidade;
- Acompanhe colesterol, glicemia, PSA e outros exames básicos;
- Fale com seu médico sobre o histórico familiar.
Você é homem, não o Super-Homem.
5. Questione os vícios que você normalizou
- O álcool diário é prazer ou anestesia?
- O cigarro “de leve” está a serviço de quê?
- A maconha ocasional virou dependência emocional?
Autoconhecimento é melhor do que repressão. Converse. Questione. Descubra novas formas de lidar com a dor.
6. Equilibre as áreas da sua vida
Se sua vida gira em torno de apenas um eixo — trabalho, prazer, namoro, família —, outras áreas tendem a definhar.
- Mapeie suas “casas” internas: corpo, dinheiro, afeto, espiritualidade, prazer, descanso;
- Perceba o que está crescendo demais à custa do resto.
Saúde é equilíbrio — não especialização.
7. Fortaleça seus vínculos com amigos de verdade
Homem não nasceu para o isolamento emocional. E zoeira não é intimidade.
- Quem te escuta sem te corrigir?
- Com quem você consegue ser vulnerável?
- Quem fica por perto quando você está mal?
Solidão emocional mata. Amizade é autocuidado.
8. Participe de um círculo de homens
Círculos são espaços de escuta, verdade e presença — sem competição.
- Há vários círculos de homens virtuais e presenciais pelo Brasil;
- Muitos são gratuitos ou com contribuição consciente;
- Ao escutar outros homens, você também se escuta melhor.
- Conheça o Projeto Coniunctio | Construindo Masculinidades Saudáveis, que eu facilito.
É reconexão com um masculino que acolhe, não oprime.
9. Questione sua sexualidade (sem tabu)
Disfunções sexuais estão em alta. Isso não significa que você está quebrado — mas que algo está pedindo atenção.
- Pornografia pode distorcer sua percepção;
- A ansiedade de desempenho pode paralisar;
- Vergonha e culpa bloqueiam o prazer.
A saúde sexual não é técnica, é entrega. Procure profissionais que compreendam a sexualidade de forma ampla, integrada à psique.
10. Faça terapia. A masculinidade tradicional vai pirar, mas você vai viver
Terapia não é frescura. É higiene emocional. É o lugar onde você pode deixar de bancar o forte o tempo todo.
- Nem tudo se resolve na mesa de bar;
- Nem todo trauma some com o tempo;
- Nem toda dor precisa ser engolida.
Fazer terapia é um gesto de maturidade. E se você chegou até aqui, já começou a mudar algo em si.
Para mudar o mundo, comece mudando a si mesmo
A revolução da saúde masculina não vai começar pelo SUS, nem pelo Instagram. Vai começar por você:
- Cuide do seu corpo com respeito;
- Não anestesie suas emoções;
- Construa relações com verdade;
- Espalhe esse movimento — com conversas reais, e não com slogans vazios.
Quer aprofundar esse caminho?
O Projeto Coniunctio foi criado justamente para acolher homens que estão em busca de mais presença, saúde emocional e sentido — sem fórmulas prontas, sem heroísmo, sem autoajuda tóxica. É um espaço de escuta, reconstrução e reconexão com o próprio corpo e a própria verdade. Se esse texto ressoou com algo em você, talvez seja hora de dar o próximo passo.
Como terapeuta reichiano, também ofereço acompanhamento clínico individual e uma entrevista gratuita para entender juntos se este é o momento certo para você. Entre em contato para mais informações.
Marcelo Ivanovitch
Terapeuta Reichiano
Facilitador do Projeto Coniunctio | Construindo Masculinidades Saudáveis
Atendimentos presenciais no Rio de Janeiro e online para todo o Brasil