O que acontece em uma sessão de Terapia Reichiana?
Corpo, Emoção e Presença: o centro de sessão de Terapia Reichiana.
Diferente da psicanálise tradicional — na qual o paciente fala e o analista escuta em relativo silêncio —, na terapia reichiana o corpo também é ouvido. E essa escuta é ativa e interativa.
A sessão reichiana é viva, participativa e respeitosa. O terapeuta observa expressões corporais, pausas, tensões, mudanças na respiração e no tom de voz. A escuta não se limita ao conteúdo verbal; inclui tudo o que o corpo expressa para além das palavras.
Essas observações não são interpretações ou julgamentos. São convites para que o paciente acesse camadas mais profundas da sua experiência — muitas vezes dissociadas da consciência, mas sempre registradas no corpo.
Cada pessoa é única: não existem receitas prontas
Uma das maiores forças (e também um dos desafios) da abordagem reichiana é não haver um modelo fixo de sessão.
Cada terapeuta trabalha com seu próprio estilo, e cada processo é moldado por quem o paciente é, pelo que ele traz e pelo vínculo que se estabelece. Algumas pessoas farão intervenções corporais em quase todas as sessões; outras, de forma mais pontual. Ambas as abordagens podem ser corretas, desde que clinicamente fundamentadas.
Na fase inicial da obra de Wilhelm Reich, conhecida como Análise do Caráter, o foco era a escuta da fala e da expressão corporal. Mesmo sem toques ou movimentos físicos, a relação paciente–terapeuta revela muito sobre os padrões de relacionamento do paciente com o mundo.
Não, você não precisa ficar nu(a)
Algumas pessoas têm receio de que a terapia reichiana envolva nudez, enquanto outras se aproximam da abordagem justamente por essa ideia. É preciso esclarecer: essa imagem vem de práticas do passado e não faz parte, necessariamente, da clínica reichiana contemporânea.
Seja como for, comigo você jamais será exposto(a) a algo que ultrapasse seus limites.
Se houver alguma proposta corporal — como deitar-se em uma maca, respirar de forma específica ou bater em um colchão —, isso será feito com seu consentimento claro, dentro de um vínculo terapêutico sólido e com objetivos clínicos bem definidos.
Segurança emocional, conforto físico e respeito absoluto são inegociáveis.
Estrutura básica de uma sessão reichiana
1. Contato Frente a Frente
Diferente do uso clássico do divã, aqui terapeuta e paciente se veem o tempo todo. O olhar, o tom de voz, a respiração e a postura são parte integrante da escuta.
Exemplos de observações clínicas:
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“Notei que seu ombro encolheu quando falou disso.”
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“Sua respiração ficou mais curta agora.”
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“Você sorriu, mas seus olhos ficaram perdidos.”
Essas observações são pistas, não interpretações definitivas. Elas auxiliam o paciente a se perceber com mais profundidade e presença.
2. A fala continua sendo essencial
Terapia corporal não é sinônimo de ausência de fala. Pelo contrário: a palavra é a ponte entre o sentir e o compreender.
Muitas vezes, o impacto de uma fala sincera é tão ou mais transformador que uma intervenção corporal.
É um erro pensar que 20 minutos de acting por sessão, por si sós, possam gerar mudanças profundas. O corpo é o caminho, mas não substitui a consciência.
3. Acting: quando o corpo ganha voz
Actings são movimentos, vocalizações ou posturas que ajudam a mobilizar as couraças — as tensões musculares crônicas que funcionam como defesas emocionais.
Exemplos de actings:
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Respirar profundamente deitado(a);
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Girar os olhos em determinada direção;
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Repetir uma frase com carga emocional;
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Bater os pés ou os braços em um colchão.
O objetivo não é o movimento em si, mas o que ele revela, desbloqueia e permite integrar no nível emocional e consciente.
4. Sentir no corpo é um aprendizado
“Sinta isso no seu corpo.”
Essa frase, comum nas sessões reichianas, pode parecer um desafio. A maioria de nós aprendeu a pensar sobre as emoções, não a senti-las diretamente no corpo.
A boa notícia? Isso se aprende. Com tempo, confiança e um ambiente seguro, é possível identificar onde a tristeza se aloja, como a raiva se manifesta, o que a ansiedade faz com a sua respiração — e, principalmente, onde o prazer pode voltar a circular.
Presencial ou online: o que muda?
Sessões Presenciais
O ambiente costuma contar com:
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Poltronas para a conversa;
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Maca ou colchonetes para as intervenções corporais;
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Almofadas e outros objetos de apoio.
Importante: terapia reichiana não é massagem nem uma explosão catártica sem direção. As intervenções corporais são precisas, integradas à escuta clínica e ocorrem somente sob vínculo e com critério.
Sessões Online
Sim, a terapia reichiana pode acontecer online com total eficácia, desde que o ambiente favoreça a presença e a conexão.
O que é necessário:
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Conexão de internet estável;
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Ambiente silencioso e com privacidade;
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Câmera ligada com enquadramento fixo;
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Disposição para falar, respirar, mover-se e interagir.
Alguns actings são adaptados. O terapeuta pode sugerir, por exemplo, o uso de uma toalha, papel, almofada ou até uma vela, dependendo da demanda.
Depois do acting: a integração
Nenhum acting é um fim em si mesmo. Após qualquer intervenção corporal, há um momento essencial de elaboração verbal e simbólica.
O terapeuta pode perguntar:
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“O que você sentiu durante esse movimento?”
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“Surgiu alguma memória, sensação ou imagem?”
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“O que mudou na sua respiração ou no seu estado interno?”
Essa costura entre corpo, emoção e consciência é o que consolida o processo terapêutico.
O que NÃO é uma sessão reichiana?
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Não é massagem;
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Não é catarse desorganizada;
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Não é silêncio absoluto;
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Não é aula de yoga ou performance corporal;
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Não é um ritual místico.
É clínica. É psique encarnada. É o corpo que fala — e que é escutado com rigor, técnica e presença.
Pronto(a) para saber mais?
Se você se identificou e quer conhecer essa abordagem na prática, entre em contato.
Ofereço uma entrevista online gratuita e sem compromisso, para que eu possa entender suas necessidades, esclarecer dúvidas e para avaliarmos juntos as possibilidades de um trabalho terapêutico.
Marcelo Ivanovitch
Terapeuta Reichiano
Atendimentos presenciais no Rio de Janeiro e online para todo o Brasil
